sábado, 2 de junho de 2012

Graffiti fora das ruas


Quadros na parede não atendem mais à demanda de uma classe média disposta a personalizar ambientes para se diferenciar. Tatuadores, grafiteiros e ilustradores ganham espaço invadindo novas superfícies. Há quem pague mais de R$ 5 mil para ter os traços do grafiteiro Chivitz expostos em sua sala de estar, por exemplo.
Transformar geladeiras, elevadores ou a própria roupa em um minimuseu requer investimento financeiro. Chivitz fez seu nome ocupando muros e paredes públicas. Ex-tatuador, ele revela que vive da venda de telas, expostas em galerias de arte, mas engorda o orçamento com o que chama de “moralismo”, nome capitalista do grafite.
“Grafite não tem preço, a gente faz do jeito que quer, onde bem entende, com o risco de ser detido. Moralismo é a nossa arte paga.”
Ele transformou seu nome em uma marca e hoje é procurado para personalizar ambientes, principalmente pontos comerciais. Já fez fachadas de restaurantes requintados na Zona Sul de São Paulo e desenhou seu boneco característico em espaços residenciais – geladeiras e paredes. Não revela seu preço, mas assume que o valor ultrapassa os quatro dígitos.
A ocupação de novos territórios não é um movimento artístico. Foi provocada por uma questão de oferta e procura. Coube aos profissionais do ramo aproveitar a maré para nadar de braçada.
Fachada de um restaurante na zona sul de São Paulo ilustrada pelo grafiteiro Chivitz e sua mulher.



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